Eu adoro posar para fotos, sou exibicionista e já havia trabalhado como modelo há anos atrás nas adolescência, mas quando terminei o colegial resolvi investir nos estudos cursando Artes cênicas e Letras já que oportunidade de não pagar por isso. Ao mesmo tempo fazia estágio à tarde, vivia para estudar e aprender e depois da universidade vivi para trabalhar.
Se valeu a pena esse sacrifício todo? Valeu muito! Mas todo sacrifício implica abdicações. Parei de modelar e esse prazer ficou de lado, ficava ansiosa, estressada, cansada e descontava na minha alimentação. Só me dei conta que tinha engordado quase 20 quilos em 2018, fiquei doente com a imunidade baixa e a minha autoestima foi lá embaixo, eu não me reconhecia mais como aquela mulher bonita e segura de quando modelava.
Tive relacionamentos muito ruins com homens que não me valorizavam e pior que isso eu não me valoriza eles eram só reflexo do que emanava e atraia.
Casei, separei e foi quando abdiquei de tudo, inclusive dos luxos que tinha acesso e resolvi começar do zero com a cara, coragem e humildade que me reencontrei.
Me permiti viver uma vida nada fácil, sem glamour, nem status, pagando minhas contas com o dinheiro apertado, endividada, trabalhando dez, onze, doze horas por dia paguei minha especialização em algo que ninguém além de acreditava.
Ser mulher e acreditar em si não é fácil, mas eu apostei alto pra ser feliz. Como todo mundo tive problemas e tive que superá-los, mas acreditar em mim e na minha capacidade de me reinventar fez toda a diferença!
As pessoas se espantam quando digo que fui atrás da dominação sozinha, que investi meu tempo e meu dinheiro sem a pretensão de fazer disso nenhum retorno financeiro.
Não foi com dinheiro de sub que construí meu acervo de roupas e acessórios ou paguei minhas contas, foi com o meu suor. Sou muito grata às oportunidades e as portas que se abriam quando entrei no mundo do BDSM, porque me possibilitaram meu reencontro com a mulher que estava adormecida dentro de mim.
Hoje faço sessões profissionais por prazer sem tratar ninguém como um cifrão, crio vínculos verdadeiros, faço amigos e compartilho a satisfação de realizar desejos secretos com outras pessoas tão corajosas como eu que se permitem viver seus fetiches.
Tive sorte de conhecer pessoas que me incentivaram, mas não foi só por sorte que hoje estou colhendo os frutos disso, foi por dominar com o coração.
A tal da dominadora patricinha, como gostam de me chamar, não recebeu esse apelido porque tinha grana, mas porque incorporou seu próprio estilo baunilha fugindo dos esteriótipos desse universo underground, sabendo desde o começo que ser uma Lady pressupõe a classe e a autenticidade que sempre tive.
Não tenho a pretensão me sentir melhor que ninguém e tenho preguiça de quem acredita em concorrência ou e preocupa em copiar e agorar os outros. A vida é uma luta e só cada um sabe as dificuldades da sua própria batalha.
Ter voltado a modelar, começar a produzir meus ensaios, a dominar e fazer o que acredito me trouxe autoconfiança e hoje me faz me orgulhar de quem eu sou.
Recomendo à todos a irem atrás do acreditam por mais que pareça difícil, a se mudar de ideia, a ousar e errar sem medo. Uma hora a gente se encontra e acerta.
É o que estou fazendo agora na dominação profissional, arriscando muito e aprendendo principalmente com meus erros, foi assim que aprendi a crescer e crescer dói, mas também engrandece a gente.
Ás vezes me pergunto:
Como é que aquela menina que foi criada pra ser princesa virou rainha?
E a resposta está na minha história. Sei que o medo sempre vai existir, mas ainda assim vou em frente com medo mesmo!
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